Antes bastava alguém ser bonito. Mas isso não chega.
É preciso ser interessante. Mas isso também não chega.
É preciso existir compatibilidade de necessidades emocionais.
Isso também não é suficiente.
É preciso um caminho em comum, ideais semelhantes, propósitos de vida.
É preciso aprendizagem e crescimento mútuo.
Mas ainda falta algo. Algo que é inevitável.
É essencial conhecer e saber lidar com a nossa sombra.
As sombras vêm das feridas.
A dor é inevitável mas o abuso e a toxicidade são escolhas.
Tudo vem ao de cima nos relacionamentos.
E os confrontos do lado sombra criam rupturas.
Definitivas quando os caminhos se separam e as pessoas evoluem e crescem com ritmos e necessidades e momentos diferentes.
Temporárias quando a ligação das almas é tão profunda e sagrada que cataliza exactamente as transformações que têm de acontecer em determinado momento e a dor quebra a casca da resistência para trazer o entendimento e as lágrimas ajudam à mudança de pele no abrir do coração e viver no amor como estado de Ser.
As ligações conscientes são a maior benção da existência.
Transformam verdadeiramente a merda em ouro.
Os caminhos da vida são labirintos.
São corridas de estafetas onde passamos o nosso testemunho.
São danças em dupla em patinagem no gelo.
São peças de um puzzle que ora se dispersa ora se encaixa dependendo da nossa clareza e do ponto de perspectiva.
Quando temos o BOOM da consciência, e o êxtase da epifania, passámos mais um nível e a energia muda, e pede outra energia.
Mas até chegarmos à pólvora, há uma sequência de ingredientes que tem de ser respeitada na sua ordem de mistura.
E assim é.
A intemporalidade dos sentimentos e os diferentes momentos tudo numa grande mistura.
A aceitação e a resistência. O passado e o futuro.
No contínuo polir do diamante da verdade interna que pauta a nossa existência.
Neste presente em que deixo ir a necessidade de saber ou definir, para simplesmente me escutar além da mente e além do pensamento.